1. (7.24)
Videira, mãe da uva e do vinho que tudo apaziguas,
possa a teia de tuas gavinhas tortuosas
florescer, exuberante, no chão fino e coroar
a estela da tumba do teano Anacreonte,
para que ele, festeiro e ébrio do vinho a que é tão dado,
tangendo sua lira amante de rapazes
noite afora, sob a terra, tenha acima da cabeça
os galhos com o esplêndido racimo maduro,
e que possa umedecê-lo sempre o sereno da noite
que sua boca de ancião tão doce respirava.
2. (7.249)
Vai dizer, passante, aos lacedemônios que nós aqui
jazemos em obediência a suas leis.
3. (7.250)
Aqui jazemos por ter salvo com nossas próprias vidas
a Grécia toda posta sobre o fio da navalha.
4. (7.442)
Lembremos, nestas tumbas, os lanceiros que em luta aberta
morreram pela sua cidade, Tegéia,
tão rica de ovelhas, para que a Grécia não lhes tirasse
das frontes mortas o laurel da liberdade.
5. (7.507a)
Homem, o que vês é não a tumba de Creso, mas a cova
de um pobre artesão, para mim o bastante.
6. (7.512)
Graças à coragem destes homens, os fumos do incêndio
de Tegéia não chegaram nunca ao céu;
para deixar aos filhos uma cidade livre e próspera,
eles tombaram na frente de batalha.
Tradução: José Paulo Paes
Fonte: Poemas da Antologia Grega ou Palatina. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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