5.79
Jogo-te uma maçã; e se de coração me queres,
dá-me, ao recebê-la, tua virgindade;
mesmo, prouvera não, que sintas de outro modo, aceita-a
e pensa em como a beleza dura pouco.
7.100
Pelo simples fato de eu ter dito que Aléxis é belo,
olham-no todos e por toda parte o admiram.
Coração, por que apontaste o osso aos cães? Para sofreres
depois? Não foi assim que nós perdemos Fedro?
7.265
Sou a tumba de um náufrago; a de frente, de um lavrador:
tanto no mar como em terra a morte embosca-se.
7.669
Os astros contemplas, Astro meu. Prouvera eu fosse o céu
para poder te contemplar com muitos olhos.
9.823
Cale-se a rocha boscosa das Dríades, a fonte a tombar
da penha, o balir dos anhos recém-nascidos:
o próprio Pã está soprando na sua flauta melodiosa,
correndo os lábios jeitosos pelas canas juntas;
à volta dele, com seus pés juvenis, começam a dançar
as ninfas das árvores e as ninfas das águas.
Tradução: José Paulo Paes. in: Poemas da Antologia Grega ou Palatina. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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