sexta-feira, outubro 12, 2007

Catulo, 13

Vais jantar bem, Fábulo, em minha casa
qualquer noite destas.
Basta que tragas o favor dos deuses
e ainda
o "couvert", o assado, o vinho, muito sal,
uma companheira enxuta
e uma reserva de risadas.
Nessa base, vais jantar bem:
a bolsa do teu Catulo está cheia
de teias de aranha.
Em troca, mera amizade
e o que me resta de raro e refinado:
um perfumne
-Vênus e os amores! -
o aroma - o cheiro da minha dona.
Fábulo,
uma fábula!
Vais virar nariz.

[Tradução: Haroldo de Campos]

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