segunda-feira, setembro 10, 2007

Anacreonte

Fr. 1D
Dos cervos caçadora, ó loura Ártemis,
Filha és de Zeus, e imperatriz das feras.
Nas praias do Leiteio sempre velas
A cidade feroz dos baluartes:
Pois deusa nunca foste de homens rudes.

Fr. 2D

Tu brincas com Eros, ó implacável
Déspota, e as ninfas tu animas,
De azul pupila, e rubros elos
De Afrodite. Ambulas, entretanto,
em píncaros de sombra, em montes
De lá, que escutes meu chamado:
De Cleóbulo, ó Dioniso,
Ah faz com que ele seja meu amado.

Fr.4D
Eu te procuro, e não me escutas,
Menino de castas pupilas.
Nas mãos as rédeas levas de minha alma.

Fr.96D
Tu, após me espionares
De olho vesgo, assim me foges,
Ó potrinha ágil da Trácia?
Crês velhusca a minha arte?
Olha, o freio vou lançar-te,
Dou-te rédeas e acicate,
O trote eu te dobro, e caminhas.
Ninguém conseguiu domar-te?
Tu só viste mariquinhas.

Fr.13 Page
Com rubra bola (é sina) o loiro
Eros de ouro me ataca, e malha:
Hei de brincar com a menina
Que tem pinturas na sandália.

Ela é de Lesbos, centro sábio,
E a púbis, quando lhe escancaro
Ela espezinha; ao certo, os lábios
A um rapazinho ela abre avara.

(Traduções: Antônio Medina Rodrigues)

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