sexta-feira, maio 11, 2007

Catulo, 30

Alfene immemor atque unanimis false sodalibus,
iam te nil miseret, dure, tui dulcis amiculi?
iam me prodere, iam non dubitas fallere, perfide?
nec facta impia fallacum hominum caelicolis placent.
quae tu neglegis ac me miserum deseris in malis.
eheu quid faciant, dic, homines cuiue habeant fidem?
certe tute iubebas animam tradere, inique, me
inducens in amorem, quasi tuta omnia mi forent.
idem nunc retrahis te ac tua dicta omnia factaque
uentos irrita ferre ac nebulas aereas sinis.
si tu oblitus es, at di meminerunt, meminit Fides,
quae te ut paeniteat postmodo facti faciet tui.

Alfeno, que esqueces e enganas parceiros unânimes,
já não sentes dó, ó cruel, de teu bom doce amigo?
Trair-me, enganar-me já não imaginas, ó pérfido?
As ímpias ações dos mortais não deleitam celícolas
e tu os ignoras e em males me largas tão mísero.
Mas diz, o que façam os homens, em quem tenham fé?
Perverso, decerto ordenavas-me a alma vender,
levando-me a esse amor como se fosse seguro
e agora sais fora e teus ditos e todos os teus feitos
permites que os ventos e as névoas os levem em vão.
Se tu já esqueceste, os deuses se lembram, se lembra
a Fé, que fará que teu feito te cause remorsos.

(Tradução de João Angelo Oliva Neto)

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