Quando
na arca lavrada
o vento soprando
e o mar encapelado
e o terror a abateu com faces não enxutas,
lançou os seus braços em volta de Perseu e disse: "Ó filho,
que aflição a minha!
Tu dormes, e com teu lácteo rosto
entregas-te ao sono neste madeiro sem deleite,
e na noite cravejada de pregos
brilhas estendido nas trevas escuras.
Da espuma profunda, sobre o teu cabelo,
ao passar da onda,
não curas, nem da voz do vento: deitado
no teu manto, belo é o teu rosto.
Se o que é terrível o fosse para ti,
às minhas palavras darias brandos ouvidos.
Mas eu te ordeno: dorme, filho, dorme, ó mar, dorme,
ó minha dor desmedida! Que uma mudança surja,
ó Zeus pai, vinda da tua parte!
Mas, por eu ter dito esta palavra ousada
e fora da justiça, eu te imploro, perdoa-me!"
Tradução: Maria Helena da Rocha Pereira.
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