segunda-feira, abril 08, 2013

Pratinas

Sobre Pratinas:

1 Suda, Π, 2230

Πρατίνας, Πυρρωνίδου ἢ Ἐγκωμίου, Φλιάσιος, ποιητὴς τραγῳδίας· ἀντηγωνίζετο δὲ Αἰσχύλῳ τε καὶ Χοιρίλῳ ἐπὶ τῆς οʹ Ὀλυμπιάδος, καὶ πρῶτος ἔγραψε Σατύρους. ἐπιδεικνυμένου δὲ τούτου συνέβη τὰ ἰκρία, ἐφ' ὧν ἑστήκεσαν οἱ θεαταί, πεσεῖν, καὶ ἐκ τούτου θέατρον ᾠκοδομήθη Ἀθηναίοις. καὶ δράματα μὲν ἐπεδείξατο νʹ, ὧν Σατυρικὰ λβʹ· ἐνίκησε δὲ ἅπαξ.

Pratinas, filho de Pirrônides ou de Encômio, de Flio, poeta trágico. Era rival de Ésquilo e Quérilo na 70º Olímpiada [*500/496 a.C.], e foi o primeiro a escrever dramas satíricos.  Na ocasião em que apresentou uma peça, a plataforma sobre a qual os espectadores estavam veio a cair, e por causa disso um teatro foi construído pelos atenienses.  Ele apresentou cinquenta peças, sendo trinta e duas delas dramas satíricos, mas conquistou a vitória apenas uma vez. 

2 Ateneu, Banquete dos Eruditos, 1.22a
φασὶ δὲ καὶ ὃτι οἱ ἀρχαῖοι ποιηταί θέσπις, Πρατίνας, [[Κρατῖνος]], Φρύνικος, ὀρχησταὶ ἐκαλοῦντο διὰ τὸ μὴ μόνον τὰ ἑαυτῶν δράματα ἀναφέρειν εἰς ὂρχησιν τοῦ χοροῦ, ὰλλὰ  καὶ ἒξω τῶν ἰδίων ποιημάτων διδάσκειν τοὺς βοθλομένους ὸρχεῖσθαι.

Conta-se também que os poetas antigos -- Téspis, Pratinas, [[Cratino,]] e Frínico -- eram chamados de dançarinos, não só porque produziam os seus dramas para a dança do coro, mas também porque,  além dos seus próprios poemas, ensinavam a dançar aqueles que quisessem.

Fragmentos:



708 Ateneu, Banquete dos Eruditos, 14. 617 b-f
Πρατίνας δὲ ὁ Φλιάσιος αὐλητῶν καὶ χορευτῶν μισθοφόρων κατεχόντων τὰς ὀρχήστρας ἀγανακτεῖν τινας ἐπὶ τῷ τοὺς αὐλητὰς μὴ συναυλεῖν τοῖς χοροῖς, καθάπερ ἦν πάτριον, ἀλλὰ τοὺς χοροὺς συνᾴδειν τοῖς αὐληταῖς· ὃν οὖν εἶχεν κατὰ τῶν ταῦτα ποιούντων θυμὸν ὁ Πρατίνας ἐμφανίζει διὰ τοῦδε τοῦ Ὑπορχήματος ·

τίς ὁ θόρυβος ὅδε; τί τάδε τὰ χορεύματα;
τίς ὕβρις ἔμολεν ἐπὶ Διονυσιάδα πολυπάταγα θυμέλαν;
ἐμὸς ἐμὸς ὁ Βρόμιος, ἐμὲ δεῖ κελαδεῖν, ἐμὲ δεῖ παταγεῖν
ἀν' ὄρεα σύμενον μετὰ Ναϊάδων
 οἷά τε κύκνον ἄγοντα ποικιλόπτερον μέλος. (5)
τὰν ἀοιδὰν κατέστασε Πιερὶς βασίλειαν· ὁ δ' αὐλός
ὕστερον χορευέτω· καὶ γάρ ἐσθ' ὑπηρέτας.
κώμῳ μόνον θυραμάχοις τε πυγμαχίαισι νέων θέλοι παροίνων
ἔμμεναι στρατηλάτας.
παῖε τὸν φρυνεοῦ ποικίλαν πνοὰν ἔχοντα· (10)
φλέγε τὸν ὀλεσιαλοκάλαμον,
λαλοβαρύοπα παραμελορυθμοβάταν
ὐπαι τρυπάνῳ δέμας πεπλασμένον.
ἢν ἰδού· ἅδε σοι δεξιᾶς καὶ ποδὸς διαρριφά·
θριαμβοδιθύραμβε, κισσόχαιτ' ἄναξ, (15)
<ἄκου'> ἄκουε τὰν ἐμὰν Δώριον χορείαν.

Quando auletas e coreutas assalariados ocuparam as orquestras, Pratinas de Flio ficou indignado porque os auletas não acompanhavam os coros com o aulo, como mandava a tradição, mas os coros que cantavam acompanhando os auletas. Pratinas então manifesta a raiva que tinha contra os que faziam essas coisas por meio deste Hiporquema:

Que balbúrdia é essa? Que é esse passo de dança?
Que exagero chega ao retumbante altar de Dioniso?
Brômio é meu, é meu!  Meu seja o clamor, meu o clangor,
correndo no alto dos montes com Náiades,
entoando alado e iriado canto, como um cisne!
A Musa Piéria fez da canção rainha; que o aulo
então faça depois sua dança, ele que é o servo:
contente-se ele em ser o general das farras e arruaças
da ébria juventude!
Golpeia o batráquio de sopro variegado,
incendeia o cálamo-gasta-saliva,
o tonítruo blá-blá-blá e os passos fora do ritmo
desse corpo moldado na verruma!
Veja, veja! Estende assim a mão direita e os pés!
Triambo-ditirambo, senhor de hederosos cabelos,
vem, vem, ouve meu canto e dança dórico!

709 Ateneu, Banquete dos Eruditos, 632f-633a

διετήρησαν δὲ μάλιστα τῶν Ἑλλήνων Λακεδαιμόνιοι τὴν μουσικήν, πλείστῃ αὐτῇ χρώμενοι, καὶ συχνοὶ παρ' αὐτοῖς ἐγένοντο μελῶν ποιηταί. τηροῦσιν δὲ καὶ νῦν τὰς ἀρχαίας ᾠδὰς ἐπιμελῶς πολυμαθεῖς τε εἰς ταύτας εἰσὶ καὶ ἀκριβεῖς. ὅθεν καὶ Πρατίνας φησί·

Λάκων ὁ τέττιξ εὔτυκος εἰς χορόν.

Os Lacedemônios, mais do que os outros gregos, mantiveram a sua música, servindo-se dela amiúde. Havia numerosos poetas mélicos entre eles.  Até hoje eles preservam cuidadosamente as antigas canções, e possuem muita instrução e rigor nelas. Por isso é que Pratinas diz:

Lacônia é a cigarra pronta para o coro.

710 Ateneu, Banquete dos Eruditos, 461e

κατὰ τὸν Φλιάσιον ποιητὴν Πρατίναν

οὐ γᾶν αὐλακισμέναν ἀρῶν,
ἀλλ' ἄσκαφον ματεύων

κυλικηγορήσων ἔρχομαι

Conforme o poeta de Flio Pratinas:

"Não lavrando um solo sulcado
mas em busca de terra virgem..."

Começo a discursar sobre as nossas taças.

711 ΔΙΜΑΙΝΑΙ Η ΚΑΡΥΑΤΙΔΕΣ

Ateneu, Banquete dos Eruditos, 9.392f

Πρατίνας δ ἐν Δυμαίναις ἢ Καρυάτισιν·

ἀδύφωνον

ἰδίως καλεῖ τὸν ὂρτυγα, πλὴν εἰ μή τι παρὰ τοῖς Φλιασίοις ἢ τοῖς Λάκωσι φωνήεντες ὡς καὶ οἱ πέρδικες.

Pratinas, em Dimênidas ou Cariátides é singular ao chamar as codornas de:

[codornas de] doce-voz

a não ser que em Flio ou na Lacônia as codornas soem como as perdizes.

712 Ateneu, Banquete dos Eruditos, 624f-625a

καὶ Πρατίνας δέ φησι·

(a)
μήτε σύντονον δίωκε
μήτε τὰν ἀνειμέναν [[Ἰαστὶ]]
μοὖσαν, ἀλλὰ τὰν μέσαν
νεῶν ἄρουραν αἰόλιζε τῷ μέλει.

ἐν δὲ τοῖς ἑξῆς σαφέστερον φησίν·

                     πρέπει τοι
πᾶσιν ἀοιδολαβράκταις
Αἰολὶς ἁρμονία.

E Pratinas diz:

(a)

A Musa tensa não busca,
tampouco a relaxada [[Jônia]],
mas  cultivando a metade
do campo, eoliza teu canto.

e de maneira mais clara nos versos seguintes:

(b)                
               Eis o que convém
a todos os aedos paroleiros:
a harmonia eólica.


[Tradução: Rafael Brunhara]
        

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