terça-feira, fevereiro 19, 2013

Hino Órfico 11: Pan

<Πανός>, θυμίαμα ποικίλα.


Πᾶνα καλῶ κρατερόν, νόμιον, κόσμοιο τὸ σύμπαν,
οὐρανὸν ἠδὲ θάλασσαν ἰδὲ χθόνα παμβασίλειαν
καὶ πῦρ ἀθάνατον· τάδε γὰρ μέλη ἐστὶ τὰ Πανός.
ἐλθέ, μάκαρ, σκιρτητά, περίδρομε, σύνθρονε Ὥραις,
αἰγομελές, βακχευτά, φιλένθεε, ἀστροδίαιτε, (5)
ἁρμονίαν κόσμοιο κρέκων φιλοπαίγμονι μολπῆι,
φαντασιῶν ἐπαρωγέ, φόβων ἔκπαγλε βροτείων,
αἰγονόμοις χαίρων ἀνὰ πίδακας ἠδέ τε βούταις,
εὔσκοπε, θηρητήρ, Ἠχοῦς φίλε, σύγχορε νυμφῶν,
παντοφυής, γενέτωρ πάντων, πολυώνυμε δαῖμον,(10)
κοσμοκράτωρ, αὐξητά, φαεσφόρε, κάρπιμε Παιάν,
ἀντροχαρές, βαρύμηνις, ἀληθὴς Ζεὺς ὁ κεράστης.
σοὶ γὰρ ἀπειρέσιον γαίης πέδον ἐστήρικται,
εἴκει δ' ἀκαμάτου πόντου τὸ βαθύρροον ὕδωρ
Ὠκεανός τε πέριξ † ἐν ὕδασι † γαῖαν ἑλίσσων (15)
ἀέριόν τε μέρισμα τροφῆς, ζωοῖσιν ἔναυσμα,
καὶ κορυφῆς ἐφύπερθεν ἐλαφροτάτου πυρὸς ὄμμα.
βαίνει γὰρ τάδε θεῖα πολύκριτα σαῖσιν ἐφετμαῖς·
ἀλλάσσεις δὲ φύσεις πάντων ταῖς σαῖσι προνοίαις
βόσκων ἀνθρώπων γενεὴν κατ' ἀπείρονα κόσμον. (20)
ἀλλά, μάκαρ, βακχευτά, φιλένθεε, βαῖν' ἐπὶ λοιβαῖς
εὐιέροις, ἀγαθὴν δ' ὄπασον βιότοιο τελευτὴν
Πανικὸν ἐκπέμπων οἶστρον ἐπὶ τέρματα γαίης.

De Pan, fumigação variada.

A Pan poderoso eu invoco, pastor, o todo do cosmo,
e a celeste, marinha, subterrânea rainha de tudo,
e o fogo imortal: todos são parte de Pan.
Vem, venturoso, lépido errante, entronado com as Horas,
caprípede báquico que ama o delírio divino, que vive sob as estrelas (5)
e tange a harmonia do cosmo com uma divertida canção,
auxiliador das fantasias e dos terríveis temores dos mortais,
que se alegra em nascentes, entre cabreiros e boiadeiros,
de agudo olhar, caçador, amante de Eco, que dança com as Ninfas,
que tudo produz,que a tudo engendraste, nume de muitos nomes, (10)
imperador do cosmo, acrescedor,lucífero, frutuoso Peã,
que se alegra nos antros, de pesada ira, um verdadeiro Zeus de Chifres!
Em ti é que tem suporte o chão da terra sem fim,
cedem as profundas águas do infatigável mar
e o Oceano em volta envolvendo a terra †em água†. (15)
Nutriente porção de ar, a centelha dos seres vivos,
das alturas o olhar elevado do levíssimo fogo.
Por tuas ordens vem essa inúmera e divina separação,
por tua providência, alteras a natureza de todas as coisas,
e alimentas a raça dos homens no cosmo sem fim. (20)
Eia, venturoso, báquico que ama o delírio divino, vem para
as sacratíssimas libações, concede à minha vida um bom termo,
enviando o furor de Pan para os confins da terra.

[Tradução: Rafael Brunhara]

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