Entre rosas, que apanhava,
O malfazejo Cupido
não viu uma abelha
E foi por ela mordido.
Mal que picado se viu,
Na tenra mão, entre dor,
Começou a levantar
Um magoado clamor.
Já correndo, e já voando,
A cândida mãe buscou;
"Ai morri, morri" - dizia -
"Ai mãe, teu filho expirou"
Olha bem; mordeu-me aqui
Pequena, alada serpente,
A que dá de abelha o nome,
Do campo a enganada gente.
Ela vendo, disse: "Ó filho,
Se isto tanta dor te faz,
Que sofrerão os que provam
os golpes, que tu lhes dás?"
[Tradução de Francisco Manuel Gomes da Silva Malhão]
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