segunda-feira, janeiro 21, 2008

Horácio 4, 7: Outra tradução

Diffugere nives, redeunt iam gramina campis
arboribusque comae;
mutat terra vices et decrescentia ripas
flumina praetereunt;
Gratia cum Nymphis geminisque sororibus audet
ducere nuda choros.
immortalia ne speres, monet annus et almum
quae rapit hora diem.
frigora mitescunt zephyris, ver proterit aestas
interitura, simul
pomifer autumnus fruges effuderit, et mox
bruma recurrit iners.
damna tamen celeres reparant caelestia lunae;
nos ubi decidimus,
quo pius Aeneas, quo Tullus dives et Ancus,
pulvis et umbra sumus.
quis scit an adiciant hodiernae crastina summae
tempora di superi?
cuncta manus avidas fugient heredis, amico
quae dederis animo.
cum semel occideris et de te splendida Minos
fecerit arbitria,
non, Torquate, genus, non te facundia, non te
restituet pietas;
infernis neque enim tenebris Diana pudicuni
liberat Hippolytum,
nec Lethaea valet Theseus abrumpere caro
viucula Pirithoo.


Já fugiram as neves, torna aos campos
A relva, e a grenha às àrvores:
Muda a terra a estação, no leito correm
os rios já minguados:
Com as ninfas e irmãs gêmeas ousa a graça
Guiar despida os coros,
O ano, e a hora, que o almo dia rouba,
Te avisam, que não esperes
Coisa imortal: os frios se amaciam
Com os zéfiros, o estio
A primavera calca, precedeiro,
Quando espalhar os frutos
O pomífero outono: eis volta o inverno
Inerte; mas as luas
Presto reparam os celestes danos.
Nós mal caímos, onde
Éneas pio, rico Tulo e Anco
Já somos pó e sombra.
Quem sabe, os tempos de manhã se ajuntam
Aos de hoje os altos deuses?
Foge às àvidas mãos do herdeiro, quanto
Dás a teu gênio amigo.
Como uma vez morreres, e a esplendente
Sentença te der Minos,
Nem linhagem, Torquato, nem facúndia,
Nem virtude te livra;
Que nem das trevas infernais Diana
Casto Hipólito salva,
Nem as prisões de letes Teseu pode
Quebrar ao seu Piritôo.


[Tradução: Elpino Duriense]

Nenhum comentário: