Pesam os meus dias os remoinhos de Posídon,
vigílias em terras inimigas e os caminhos úmidos.
Paz em Ítaca que ainda não tive
deve ser algo terrível.
Como suportaria a paz pré-tumular em meu lar,
banido do convívio com o inimigo
e exilado das regiões que os meus olhos jamais viram?
Ainda que a Deusa me desse ambrosia
e vida imortal para eu gozar o seu amor
no umbigo do mar,
que alegria eu teria
se não mais visse
o dia que até o ver o desconhecia?
Jaa Torrano. A Esfera e os Dias. In: Solidão Só Há de Sófocles. São Paulo: Ateliê Editorial, 2025.
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