Do Papiro de Oxirrinco 1789:
Esta onda, outra vez, [como?] antes avança
em marcha e nos dará muito trabalho
exauri-la depois que entrar no navio
...Reforcemos o mais rápido....
...a um porto seguro corramos...
...Mole medo não tome nenhum de nós,
o grande [prêmio?] já se vê:
com o pensamento nas provações do passado,
cada homem seja resistente!
E não envergonhemos [com covardia?]
os nobres pais que repousam sob a terra
el[es]
a ur[be]
sendo... dos pais...
dos... o nosso coraç[ão]
parece...rápido...
...
Mas nós..?
...
O poder de um só
..não aceit[emos]?
τόδ᾽ αὖτε κῦμα τὼ προτέρω +νέμω+
στείχει, παρέξει δ᾽ ἄμμι πόνον πόλυν
ἄντλην, ἐπεί κε νᾶος ἔμβαι
]. όμεθ᾽ ἐ[
]. . [ . . ] ·[
[ ]
φαρξώμεθ᾽ ὠς ὤκιστα [
ἐς δ᾽ ἔχυρον λίμενα δρό[μωμεν
καὶ μή τιν᾽ ὄκνος μόλθ[ακος ἀμμέων
λάβη· πρόδηλον γάρ μεγ[ἀέθλιον
μνάσθητε τὼ πάροιθε μ[όχθω·
νῦν τις ἄνηρ δόκιμος γε[νέσθω.
καὶ μὴ καταισχύνωμεν[ανανδρίᾳ
ἔσλοις τόκηας γᾶς ὔπα κε[ιμένοις
..] τᾶνδ[
τὰν πό[ . . .
ἔοντε[ς ] ἂπ πατέρω[ν
τὼν σφ[ ]αμμος θῦμ[
ἔοικε[ ]ων ταχήαν[
ταῖ[ς ]. νητορεν .[
ἀλλ.[ ] τᾶσδεπαλ[
..].[ ]. οισα . ελ .[
[ ]. τοι . [
π[ . . ] .[ ]. συν .[
μ[η]δ᾽ ἄμμ[.] λω[. . .
γε[ . ]ος μενέ[
μοναρχίαν δ . [
μ]ηδὲ δεκωμ[
[ ]. . ιδημφ . [
[] . οισί τ᾽ ὔποπ[
[ ]αίνων· ἐκ[
De Heráclito, Alegorias Homéricas (5):
Ὁμοίως δὲ τὰ ὑπὸ τούτου αἰνιττόμενος ἑτέρωθί που λέγει·
Τὸ δ' ηὖτε κῦμα τῶν προτέρων +νέμω+
στείχει, παρέξει δ' ἄμμι πόνον πολὺν
ἄντλην, ἐπεί κε νᾶος ἐμβᾷ.
Κατακόρως ἐν ταῖς ἀλληγορίαις ὁ νησιώτης θαλαττεύει καὶ τὰ πλεῖστα τῶν διὰ τοὺς τυράννους ἐπεχόντων κακῶν πελαγείοις χειμῶσιν εἰκάζει.
Igualmente com enigmas [Alceu] fala das ações dele [sc. o tirano Mirsilo] alhures:
E a onda, outra vez, [como?] antes avança
em marcha e nos dará muito trabalho
exauri-la depois que entrar no navio
O ilhéu usa expressões náuticas sem moderação em suas alegorias e compara a maioria dos males que o acometem por causa dos tiranos a tormentas no mar.
Notas:
- Famoso fragmento de Alceu, que mobiliza a alegoria da nave do estado, que o tornou notório (juntamente com seus poemas sobre o simpósio e o vinho). A turbulência política na pólis é comparada a um navio em perigo no alto mar, como esclarece já uma das antigas fontes do poema.
- A princípio conhecia-se apenas os 4 primeiros versos, conservados na obra Alegorias Homéricas, de Heráclito. A descoberta de um papiro datado do primeiro século d.C. acrescentou novos versos, alguns muito significativos: temos aqui, por exemplo, a primeira referência negativa à tirania, explicitada pelo termo μοναρχίαν (monarkhían, "poder de um só"), da qual Alceu consagrou-se como o mais feroz opositor.
- Adoto o texto de Eva-Maria Voigt (Sappho et Alcaeus, fragmenta. Amsterdam: Athenaeum - Pollak & Van Gennep 1971) embora adote algumas emendas propostas por Campbell (Greek Lyric I - Sappho and Alcaeus. Cambridge: Harvard University Press, 1982).
Esta onda, outra vez, [como?] antes avança
em marcha e nos dará muito trabalho
exauri-la depois que entrar no navio
...Reforcemos o mais rápido....
...a um porto seguro corramos...
...Mole medo não tome nenhum de nós,
o grande [prêmio?] já se vê:
com o pensamento nas provações do passado,
cada homem seja resistente!
E não envergonhemos [com covardia?]
os nobres pais que repousam sob a terra
el[es]
a ur[be]
sendo... dos pais...
dos... o nosso coraç[ão]
parece...rápido...
...
Mas nós..?
...
O poder de um só
..não aceit[emos]?
τόδ᾽ αὖτε κῦμα τὼ προτέρω +νέμω+
στείχει, παρέξει δ᾽ ἄμμι πόνον πόλυν
ἄντλην, ἐπεί κε νᾶος ἔμβαι
]. όμεθ᾽ ἐ[
]. . [ . . ] ·[
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φαρξώμεθ᾽ ὠς ὤκιστα [
ἐς δ᾽ ἔχυρον λίμενα δρό[μωμεν
καὶ μή τιν᾽ ὄκνος μόλθ[ακος ἀμμέων
λάβη· πρόδηλον γάρ μεγ[ἀέθλιον
μνάσθητε τὼ πάροιθε μ[όχθω·
νῦν τις ἄνηρ δόκιμος γε[νέσθω.
καὶ μὴ καταισχύνωμεν[ανανδρίᾳ
ἔσλοις τόκηας γᾶς ὔπα κε[ιμένοις
..] τᾶνδ[
τὰν πό[ . . .
ἔοντε[ς ] ἂπ πατέρω[ν
τὼν σφ[ ]αμμος θῦμ[
ἔοικε[ ]ων ταχήαν[
ταῖ[ς ]. νητορεν .[
ἀλλ.[ ] τᾶσδεπαλ[
..].[ ]. οισα . ελ .[
[ ]. τοι . [
π[ . . ] .[ ]. συν .[
μ[η]δ᾽ ἄμμ[.] λω[. . .
γε[ . ]ος μενέ[
μοναρχίαν δ . [
μ]ηδὲ δεκωμ[
[ ]. . ιδημφ . [
[] . οισί τ᾽ ὔποπ[
[ ]αίνων· ἐκ[
De Heráclito, Alegorias Homéricas (5):
Ὁμοίως δὲ τὰ ὑπὸ τούτου αἰνιττόμενος ἑτέρωθί που λέγει·
Τὸ δ' ηὖτε κῦμα τῶν προτέρων +νέμω+
στείχει, παρέξει δ' ἄμμι πόνον πολὺν
ἄντλην, ἐπεί κε νᾶος ἐμβᾷ.
Κατακόρως ἐν ταῖς ἀλληγορίαις ὁ νησιώτης θαλαττεύει καὶ τὰ πλεῖστα τῶν διὰ τοὺς τυράννους ἐπεχόντων κακῶν πελαγείοις χειμῶσιν εἰκάζει.
Igualmente com enigmas [Alceu] fala das ações dele [sc. o tirano Mirsilo] alhures:
E a onda, outra vez, [como?] antes avança
em marcha e nos dará muito trabalho
exauri-la depois que entrar no navio
O ilhéu usa expressões náuticas sem moderação em suas alegorias e compara a maioria dos males que o acometem por causa dos tiranos a tormentas no mar.
Notas:
- Famoso fragmento de Alceu, que mobiliza a alegoria da nave do estado, que o tornou notório (juntamente com seus poemas sobre o simpósio e o vinho). A turbulência política na pólis é comparada a um navio em perigo no alto mar, como esclarece já uma das antigas fontes do poema.
- A princípio conhecia-se apenas os 4 primeiros versos, conservados na obra Alegorias Homéricas, de Heráclito. A descoberta de um papiro datado do primeiro século d.C. acrescentou novos versos, alguns muito significativos: temos aqui, por exemplo, a primeira referência negativa à tirania, explicitada pelo termo μοναρχίαν (monarkhían, "poder de um só"), da qual Alceu consagrou-se como o mais feroz opositor.
- Adoto o texto de Eva-Maria Voigt (Sappho et Alcaeus, fragmenta. Amsterdam: Athenaeum - Pollak & Van Gennep 1971) embora adote algumas emendas propostas por Campbell (Greek Lyric I - Sappho and Alcaeus. Cambridge: Harvard University Press, 1982).