domingo, maio 31, 2009

Damágeto

Não sou lutador de Messene nem de Argos:
Esparta de ínclitos homens, Esparta é minha pátria!
Aqueles têm a técnica: Eu - contudo - como convém
a todos os espartanos, primo pela força.

(Antologia de Planudes, 16.1)

terça-feira, maio 19, 2009

Canto Noturno do Andarilho

Über allen Gipfeln,
Ist Ruh,
Im allen Wipfeln,
Spürest du
Kaum einem Hauch;
Die Vögelein schweigen im Walde
Warte nur, balde
Ruhest du auch

Sobre os picos
paz
Nos cimos
quase
nenhum sopro
Calam-se as aves nos ramos.
Logo, vamos,
virá o repouso.

quinta-feira, maio 14, 2009

Bacante

Ah! Quem me chama? Ah! Quem me aferra? Um tirso
eu sou, um tirso frondoso de crinas,
que, à impulsão de uma cólera ferina,
descabelo-me, pés nus, me desvisto.

Às nuvens me arrebata, ou ao abismo!
Sejas deus, sejas monstro, serei tua.
Centauro, eis-me aqui: sou tua égua fulva.
De ti me emprenha. Espumo, entre nitridos.

Tritão, sou tua fêmea azul-cerúlea.
Minha língua é, como algas, salgada. Ambas
as pernas, um metal sonoro as cerra.

Quem me chama? Será trompa noturna?
O nitrido de Téssalo? Um deus? Pan
toante? Nua, queimo e gelo. Quem me aferra?

Gabriele D' Annunzio
[Haroldo de Campos]