Dicamus bona uerba: uenit Natalis ad aras:
quisquis ades, lingua, uir mulierque, faue.
urantur pia tura focis, urantur odores
quos tener e terra diuite mittit Arabs.
ipse suos Clenius adsit uisurus honores,
cui decorent sanctas mollia serta comas.
illius puro destillent tempora nardo,
atque satur libo sit madeatque mero,
adnuat et, Cornute, tibi, quodcumque rogabis.
en age (quid cessas? adnuit ille) roga.
auguror, uxoris fidos optabis amores:
iam reor hoc ipsos edidicisse deos.
nec tibi malueris, totum quaecumque per orbem
fortis arat ualido rusticus arua boue,
nec tibi, gemmarum quidquid felicibus Indis
nascitur, Eoi qua maris unda rubet.
uota cadunt: utinam strepitantibus aduolet alis
flauaque coniugio uincula portet Amor,
uincula quae maneant semper dum tarda senectus
inducat rugas inficiatque comas.
haec ueniat, Natalis, auis prolemque ministret,
ludat et ante tuos turba nouella pedes.
Digamos palavras boas: aproxima-se do altar o Deus Natal;
presente, quem quer que sejas, varão ou mulher, fica em silêncio.
Queimem-se na lareira incensos piedosos, queimem-se os perfumes
que o terno árabe envia de sua rica terra.
Compareça ele próprio, o Gênio, a ver as suas honras,
e delicadas grinaldas lhe enfeitem a santa cabeleira;
nardo puro desfile de suas têmporas;
e se farte com o bolo e se embriague de vinho,
e te conceda, Cornuto, o que quer que rogues.
Ora, vamos, por que hesitas? Ele concede: roga.
Adivinho: desejarás o amor fiel da tua esposa
- isto, calculo, já o sabem os próprios Deuses:
não preferirás ter as searas que, por todo o orbe,
ara o forte lavrador com o vigoroso boi,
nem as pérolas todas que, para os felizes hindus,
nascem nas regiões de Aurora, em que a onda do mar é vermelha.
Os teus votos caem bem: oxalá voe até nós, com ruidosas asas,
o Amor, e traga ao teu casamento laços amarelos
- laços que permaneçam para sempre, enquanto a lenta velhice
trouxer as rugas e desbotar os cabelos.
Venha este Deus Natal para os avós e lhes dê filhos e netos,
e brinque aos teus pés um bando de crianças.
Tradução: Maria da Glória Novak in: NOVAK,M.L & NERI,M.L (orgs.)Poesia Lírica Latina. São Paulo: Martins fontes, 2003.
Um comentário:
TExto suspeito. Acho-o bom, mas só de soslaio.
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