A ILHA LACUSTRE
Ó Deus, Ó Vênus, Mercúrio, senhor dos ladrões,
Me dêem na hora certa, eu imploro, uma pequena tabacaria
Com as caixinhas brilhantes
empilhadas com capricho nas prateleiras
E o cavendish de suave fragrância
o tabaco picado,
E o brilhante Virginia
avulso nas vitrines brilhantes,
E duas balanças sem muita gordura,
E as putas que chegam pra dois dedos de conversa, de passagem,
Pra jogar conversa fora, e dar um jeito no cabelo.
Ó Deus, Ó Vênus, Mercúrio, senhor dos ladrões,
Me emprestem uma pequena tabacaria,
ou me ponham em qualquer profissão
Salvo esta maldita de escrever,
onde é preciso ter miolos todo o tempo.
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THE LAKE ISLE
O God, O Venus, O Mercury, patron of thieves,
Give me in due time, I beseech you, a little tobacco-shop,
With the little bright boxes
piled up neatly upon the shelves
And the loose fragrant cavendish
and the shag,
And the bright Virginia
loose under the bright glass cases,
And a pair of scales not too greasy,
And the whores dropping in for a word or two in passing,
For a flip word, and to tidy their hair a bit.
O God, O Venus, o Mercury, patron of thieves,
Lend me a little tobacco-shop,
or install me in any profession
Save this damn’d profession of writing,
where one needs one’s brains all the time.
VILLA, Dirceu. Ezra Pound. Lustra. São Paulo: Demônio Negro/Annablume, 2011.