domingo, dezembro 31, 2023

Soneto Profético - Antonio Carlos Secchin


A bola de cristal é opaca e preta,
Nela pouco se vê ou se pressente,
Porém por meio de ardilosa greta
Consigo entrada, sorrateiramente.
Antevejo um plantio da semente
Incapaz de dar paz a este planeta,
Pois você, o jasmim e a violeta
Florescem contra mim feito serpente.
Enxergo nada além desse horizonte,
Onde ao escuro sucede o mais escuro.
O certo é não prever nenhuma ponte
Que possa me levar ao seu futuro.
Na bola opaca eu leio, transtornado:
Seremos bem felizes no passado.

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