Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avait déclose
Sa robe de pourpre au soleil,
A point perdu, cette vêprée,
Lés plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vôtre pareil.
Las,voyez comme en peu d’espace
Mignonne, elle a dessus la place
Las, las, ses beautés laissé choir!
O vraiment marâtre Nature.
Puisqu’une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir.
Donc, si vous me croyez,Mignonne,
‘ Tandis que votre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez votre jeunesse:
Comme à cette fleur, la vieillesse
Fera ternir votre beauté.
Trad. Andrei Cunha (2019)
Menina, vem ver se a rosa
Que abriu de manhã vaidosa
Ao sol seu vermelho vestido
Guardou numa tarde assim
As dobras da flor tão carmim
Como teu rosto – ou parecido.
Ai, Menina! olha que não!
Em pouco tempo, já está no chão.
Que madrasta essa Natureza,
Que da manhã até o sol se pôr
Não dure uma tão bela flor
E no chão acabe sua beleza.
Então, se me crês, ô Menina,
Enquanto tua tez não declina,
E inda verdes tens amores,
Colhe, e aproveita a meninice:
Pois como a rosa, a velhice
Fará murchar tuas flores.
A Cassandra - Trad. de Mário Laranjeira (2004)
Querida, vamos ver se a rosa,
Que esta manhã abriu garbosa
Ao sol seu purpúreo vestido,
Não perdeu, da tarde ao calor,
De sua roupa a rubra cor,
E o aspecto ao vosso parecido.
Ah! Vede como em curto espaço,
Querida, caiu em pedaços,
Ah! ah! A beleza que tinha!
Ó mesmo madrasta Natura,
Pois que uma flor assim não dura
Senão da manhã à tardinha!
Então, se me dais fé, querida,
Enquanto a idade está florida
Em seu mais viçoso verdor,
Colhei, colhei a mocidade:
A velhice, como a esta flor,
Fará murchar vossa beldade.
ODE A CASSANDRA - Trad. de R. Magalhães Jr. (1972)
Vem, amor, vem ver se a rosa
Que ontem, fresca e perfumosa
Se abriu ao sol estival,
Não perdeu o viço ainda
E conserva, rubra e linda,
Cor à de teu rosto igual.
Oh, amor! Vê quão depressa
Fenecendo, a rosa cessa
De ser bela e ser louçã!
Como é madrasta a Natura,
Pois que tal flor jamais dura
Do entardecer à manhã!
Meu conselho é, pois,amor,
Que, enquanto na vida em flor,
Encantos possam sobrar-te
Colhe, colhe a mocidade,
Pois como à rosa a idade
Da beleza há de privar-te.
Fontes:
LARANJEIRA, M. Poetas Franceses de Renascença. Seleção, apresentação e tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MAGALHÃES JR, R. (org.) O livro de ouro da poesia da França. Tradução de R. Magalhães Jr. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972
Qui ce matin avait déclose
Sa robe de pourpre au soleil,
A point perdu, cette vêprée,
Lés plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vôtre pareil.
Las,voyez comme en peu d’espace
Mignonne, elle a dessus la place
Las, las, ses beautés laissé choir!
O vraiment marâtre Nature.
Puisqu’une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir.
Donc, si vous me croyez,Mignonne,
‘ Tandis que votre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez votre jeunesse:
Comme à cette fleur, la vieillesse
Fera ternir votre beauté.
Trad. Andrei Cunha (2019)
Menina, vem ver se a rosa
Que abriu de manhã vaidosa
Ao sol seu vermelho vestido
Guardou numa tarde assim
As dobras da flor tão carmim
Como teu rosto – ou parecido.
Ai, Menina! olha que não!
Em pouco tempo, já está no chão.
Que madrasta essa Natureza,
Que da manhã até o sol se pôr
Não dure uma tão bela flor
E no chão acabe sua beleza.
Então, se me crês, ô Menina,
Enquanto tua tez não declina,
E inda verdes tens amores,
Colhe, e aproveita a meninice:
Pois como a rosa, a velhice
Fará murchar tuas flores.
A Cassandra - Trad. de Mário Laranjeira (2004)
Querida, vamos ver se a rosa,
Que esta manhã abriu garbosa
Ao sol seu purpúreo vestido,
Não perdeu, da tarde ao calor,
De sua roupa a rubra cor,
E o aspecto ao vosso parecido.
Ah! Vede como em curto espaço,
Querida, caiu em pedaços,
Ah! ah! A beleza que tinha!
Ó mesmo madrasta Natura,
Pois que uma flor assim não dura
Senão da manhã à tardinha!
Então, se me dais fé, querida,
Enquanto a idade está florida
Em seu mais viçoso verdor,
Colhei, colhei a mocidade:
A velhice, como a esta flor,
Fará murchar vossa beldade.
ODE A CASSANDRA - Trad. de R. Magalhães Jr. (1972)
Vem, amor, vem ver se a rosa
Que ontem, fresca e perfumosa
Se abriu ao sol estival,
Não perdeu o viço ainda
E conserva, rubra e linda,
Cor à de teu rosto igual.
Oh, amor! Vê quão depressa
Fenecendo, a rosa cessa
De ser bela e ser louçã!
Como é madrasta a Natura,
Pois que tal flor jamais dura
Do entardecer à manhã!
Meu conselho é, pois,amor,
Que, enquanto na vida em flor,
Encantos possam sobrar-te
Colhe, colhe a mocidade,
Pois como à rosa a idade
Da beleza há de privar-te.
Fontes:
LARANJEIRA, M. Poetas Franceses de Renascença. Seleção, apresentação e tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MAGALHÃES JR, R. (org.) O livro de ouro da poesia da França. Tradução de R. Magalhães Jr. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1972