segunda-feira, janeiro 19, 2015

Hino Órfico 54: Sátiro Sileno, Bacas.

[Σιληνοῦ Σατύρου Βακχῶν], θυμίαμα μάνναν.


Κλῦθί μου, ὦ πολύσεμνε τροφεῦ, Βάκχοιο τιθηνέ,
Σιληνῶν ὄχ' ἄριστε, τετιμένε πᾶσι θεοῖσι
καὶ θνητοῖσι βροτοῖσιν ἐπὶ τριετηρίσιν ὥραις,
ἁγνοτελής, γεραρός, θιάσου νομίου τελετάρχα,
εὐαστής, φιλάγρυπνε σὺν εὐζώνοισι τιθήναις,
Ναΐσι καὶ Βάκχαις ἡγούμενε κισσοφόροισι·
δεῦρ' ἐπὶ πάνθειον τελετὴν Σατύροις ἅμα πᾶσι
θηροτύποις, εὔασμα διδοὺς Βακχείου ἄνακτος,
σὺν Βάκχαις Λήναια τελεσφόρα σεμνὰ προπέμπων,
ὄργια νυκτιφαῆ τελεταῖς ἁγίαις ἀναφαίνων,
εὐάζων, φιλόθυρσε, γαληνιόων θιάσοισιν.

ao Sátiro Sileno, Bacas. Fumigação: incenso

Ouve-me, multi-insigne mestre, nutridor de Baco,
dos Silenos de longe o melhor, honrado por todos os Deuses
e morituros mortais nas estações de festas trienais.
Sacerdote ancião, rei dos ritos no tíaso pastoral,
ama as vigílias e brada evoés com nutrizes de bela cintura,
o líder das Náiades e Bacas com guirlandas de Hera:
vem ao ritual de todos os deuses, traz todos os Sátiros,
de formas bestiais, brada o evoé do soberano Baco
em procissão com Bacas nas Leneias insignes e perfectivas,
revelando nos puros ritos a orgia noctiluzente,
amando o tirso e bradando evoés, encontrando a paz nos tíasos.

[Tradução: Rafael Brunhara]



Hino Órfico 53: Deus Anual

θυμίαμα πάντα πλὴν λιβάνου καὶ σπένδε γάλα.

Ἀμφιετῆ καλέω Βάκχον, χθόνιον Διόνυσον,
ἐγρόμενον κούραις ἅμα νύμφαις εὐπλοκάμοισιν
ὃς παρὰ Περσεφόνης ἱεροῖσι δόμοισιν ἰαύων
κοιμίζει τριετῆρα χρόνον, Βακχήιον ἁγνόν.
αὐτὸς δ' ἡνίκα τὸν τριετῆ πάλι κῶμον ἐγείρηι,
εἰς ὕμνον τρέπεται σὺν ἐυζώνοισι τιθήναις
εὐνάζων κινῶν τε χρόνους ἐνὶ κυκλάσιν ὥραις.
ἀλλά, μάκαρ, χλοόκαρπε, κερασφόρε, κάρπιμε Βάκχε,
βαῖν' ἐπὶ πάνθειον τελετὴν γανόωντι προσώπωι
εὐιέροις καρποῖσι τελεσσιγόνοισι βρυάζων.

Do Anual, Fumigação: Todas, exceto olíbano. Faça também uma libação de leite.

Anual Baco eu chamo, Dioniso ctônio
a despertar com donzelas ninfas de belas tranças.
Enquanto dorme no sacro palácio de Perséfone,
faz repousar por três anos o puro Baqueu.
Mas quando de novo desperta no terceiro ano o cortejo,
ele mesmo ao hino se volta, com suas nutrizes de bela cintura,
e adormece e agita as eras no giro das estações.
Eia, venturoso dos verdes frutos, cornígero Baco frutuoso,
Vem ao ritual de todos os Deuses, a face brilhando em alegria,
em sacratíssimos maduros frutos florescendo.

Tradução: Rafael Brunhara

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Hino Órfico 52: DeusTrienal

<Τριετηρικοῦ>, θυμίαμα ἀρώματα.

Κικλήσκω σε, μάκαρ, πολυώνυμε, † μανικέ, Βακχεῦ,
ταυρόκερως, ληναῖε, πυρίσπορε, Νύσιε, λυσεῦ,
μηροτρεφής, λικνῖτα, † πυριπόλε καὶ τελετάρχα,
νυκτέρι', Εὐβουλεῦ, μιτρηφόρε, θυρσοτινάκτα,
ὄργιον ἄρρητον, τριφυές, κρύφιον Διὸς ἔρνος, [5]
πρωτόγον', Ἠρικεπαῖε, θεῶν πάτερ ἠδὲ καὶ υἱέ,
ὠμάδιε, σκηπτοῦχε, χοροιμανές, ἁγέτα κώμων,
βακχεύων ἁγίας τριετηρίδας ἀμφὶ γαληνάς,
ῥηξίχθων, πυριφεγγές, † ἐφάπτωρ, κοῦρε διμάτωρ,
οὐρεσιφοῖτα, κερώς, νεβριδοστόλε, ἀμφιέτηρε,[10]
Παιὰν χρυσεγχής, † ὑποκόλπιε, βοτρυόκοσμε,
Βάσσαρε, κισσοχαρής, † πολυπάρθενε καὶ διάκοσμε †
ἐλθέ, μάκαρ, μύσταισι βρύων κεχαρημένος αἰεί.

[Do Trienal], fumigação: ervas aromáticas

Invoco-te, venturoso de muitos nomes, louco Baqueu,
tauricorne Leneu, filho do fogo, Nísio Libertador
nutrido na coxa, Licnito que vaga nas chamas regendo os ritos,
noturno Eubuleu levando a mitra e brandindo o tirso,
Deus da orgia inefável, de três naturezas, rebento oculto de Zeus,
és o primogênito, o Deus Vernal [Ericepeu], o pai e o filho dos Deuses,
crudívoro rei cetrado, louco pelas danças, líder dos cortejos
entoando Baqueus à roda das sacras serenas cerimônias trienais,
irrompendo da terra fúlgido como fogo, tangedor de duas mães,
andarilho das montanhas, córneo em nébridas peles, todo o ano festejado,
Peã de áurea lança que ornado de uvas se esconde no seio materno,
Bassário que se compraz nas heras, harmonioso de muitas donzelas,
Vem, venturoso, sempre a florescer, alegre nos mistérios!

[Tradução: Rafael Brunhara]